terça-feira, 30 de março de 2010

A votação do “Ficha Limpa” será no dia 7 de abril

Brasília (Agência Fides) – O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, afirmou recentemente que o (PLP 518/09) da Ficha Limpa entrará na pauta do plenário no dia 7 de abril. O presidente pediu aos parlamentares que levem suas colaborações para o aprimoramento da proposta, a fim de que se possa votar na sessão plenária. Na avaliação do membro do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Daniel Seidel, o presidente da Câmara, cumpriu com a sua palavra. “O projeto está em pauta e agora cabe à sociedade manter os contatos com os parlamentares de seus estados cobrando deles o comprometimento com a iniciativa”, disse, acrescentando que o MCCE dará continuidade ao trabalho de esclarecimentos dos parlamentares ainda resistentes à proposta, para que estes sejam convencidos dessa questão. “Vamos lutar pela aprovação do projeto Ficha Limpa. A aprovação pelos deputados será a demonstração de que toda a sociedade brasileira vem esperando”, finalizou.O projeto de lei PLP 518/09, que ficou conhecido como Ficha Limpa, impede aos candidatos com sentenças judiciárias participar de eleições. Lançada em 2009 por representantes da sociedade civil, a Campanha Ficha Limpa arrecadou mais de 1,3 milhão de assinaturas e pôde efetuar um caminho preferencial, superando outras propostas que tramitavam há vários anos, prontos para serem votados em sessão plenária. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, seguiu em seu site o caminho feito pela proposta, que muitas comunidades católicas pediram para ser aprovada com urgência. (CE) (Agência Fides, 29/03/2010)

sexta-feira, 26 de março de 2010

CNBB Regional Sul 1 recebe visita de Bispo africano


À direita da foto, secretária administrativa, irmã Marizângela Clemente Rodrigues, recebe bispo Pascal Tongamba


O Regional Sul 1 da CNBB recebeu na tarde do dia 11 de março a visita de Dom Pascal Tongamba, Bispo da diocese de Bossangoa, localizada uns 300 quilômetros ao norte da capital Bangui, país da República Centro-Africana (RCA).

Durante a visita, o bispo conheceu a nova sede do episcopado paulista e o seu funcionamento, bem como a organização da Igreja no Brasil.

Acompanhado da irmã Neusa Vale, da Congregação das Filhas de Maria Missionária, Dom Pascal esteve no Brasil entre os dias 3 a 13 de março a fim de favorecer um contato com as congregações religiosas e dioceses do Regional Sul 1 onde elas possam enviar religiosos e religiosas, padres e leigos para a diocese de Bossangoa.

Na ocasião, eles conversaram sobre o Sínodo para África, além de possíveis parcerias entre CRB-SP, CNBB Regional e a realidade social e religiosa daquele país, especialmente da diocese de Bossangoa que devido uma grande rebelião militar, no começo de 2003 a 2004, sofre com a carência nos serviços sociais como a falta de remédios, hospitais, higiene e educação.

Dom Pascal, conta que, essa rebelião vitimou tantas pessoas a morte, sobretudo as lideranças; sem dizer das conseqüência que ela causou as populações locais, saqueamento e destruição em todas as estruturas das paróquias e da diocese. “O cenário da diocese e da região hoje é de abandono, mulheres violentadas, crianças órfãs e a infra-estrutura do Estado e da Igreja em condições precárias para assegurar o mínimo da Assistência à saúde e à educação para o povo. Devido justamente a rebelião e a insegurança da região muitas congregações femininas deixaram a diocese”.

O apelo de Dom Pascal é um convite as Congregações religiosas e particularmente a Igreja de São Paulo para ir fazer presença solidária junto ao povo da diocese de Bossangoa.

A secretária administrativa, irmã Marizângela destacou a importância da visita “é sempre uma alegria colocar-se à serviço do outro, por isso esta visita proporcionou a troca de experiência daquela diocese e a nossa solidariedade a Igreja da África”, comentou a secretária.

Fonte: Noticias CNBB Regional Sul 1

Solidariedade anima o Mês das Missões


“Ouvi o Clamor do Meu Povo” (Ex. 3,7b)

Reunida no dia 22 de março, na sede das Pontifícias Obras Missionárias – POM, em Brasília, DF, a Comissão de articulação da Campanha Missionária intensificou os preparativos para popularizar a iniciativa em todo o Brasil. Os trabalhos estão sendo coordenados pelo diretor das POM, padre Daniel Lagni, em colaboração com representantes das forças missionárias da Igreja no Brasil. Na ocasião, o padre Cireneu Kuhn, diretor da Verbo Filmes, apresentou o vídeo do quinto tema da novena que irá compor um DVD, trabalho considerado uma novidade na Campanha deste ano.

Serão editados 120 mil exemplares do livrinho com a Novena e produzidos cerca de 12 mil cópias do DVD para serem distribuídos em todas as comunidades católicas do Brasil. Segundo padre Sávio, Secretário da Pontifícia União Missionária, “a Campanha não pode perder de vista o principal objetivo de mostrar a dimensão universal da Missão, levando os cristãos a olharem para além de suas fronteiras”. Nesse sentido, ao apresentar o tema “Missão e Partilha”, a Campanha destaca a solidariedade que os cristãos devem ter com a missão Ad Gentes (aos povos). A Semana Missionária para a Amazônia, que acontece na última semana de outubro, também foi inserida no apelo da Campanha Missionária.

O Dia Mundial das Missões é celebrado desde 1926 no penúltimo domingo do mês de outubro, Mês das Missões, quando é feita uma coleta em todas as comunidades. O montante arrecadado é destinado ao Fundo Mundial de Solidariedade Missionária para financiar projetos de evangelização e promoção humana em todo mundo.

Segundo as POM, nos últimos dez anos, as ofertas do Dia Mundial das Missões, no Brasil, passaram de R$ 1.753.861,68 (em 1999) para cerca de R$ 6.000.000,00 em 2009. Apesar disso, a contribuição não chega à cifra de cinco centavos por católico residente no país. As ofertas mundiais em 2008 alcançaram a cifra de US$ 163.007.478,80.

Em breve será lançado o cartaz oficial da Campanha 2010 que, em sintonia com a Campanha da Fraternidade, tem como tema “Missão e Partilha” e lema “Ouvi o clamor do meu Povo” (Ex. 3,7b). Os subsídios da Campanha serão enviados a todas as dioceses do Brasil e, ao mesmo tempo, disponibilizados para download no site das POM (WWW.pom.org.br).

Mais Informações com a Imprensa Missionária
Jaime Carlos Patias, imc - Tel.: (11) – 2256 8820

terça-feira, 23 de março de 2010

AS CRIANÇAS NO DOCUMENTO DE APARECIDA


De 13 a 31 de maio de 2007 realizou-se a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Este importante acontecimento teve lugar na cidade de Aparecida, no Brasil, e contou com a presença do Santo Padre na sua sessão inaugural. Do Documento conclusivo tiramos alguns pontos que se referem com particular atenção ao tema da infância.

A infância, hoje em dia, deve ser destinatária de uma ação prioritária da Igreja, da família e das instituições do Estado, tanto pelas possibilidades que oferece como pela vulnerabilidade a que se encontra exposta. As crianças são dom e sinal da presença de Deus em nosso mundo por sua capacidade de aceitar com simplicidade mensagem evangélica. Jesus os escolheu com especial ternura (cf. Mt 19,14), e apresentou sua capacidade de acolher o Evangelho como modelo parar entrar no Reino de Deus (cf. Mc 10,14; Mt 18,3). (438)

Vemos com dor a situação de pobreza, de violência intra-familiar (sobretudo em famílias irregulares ou desintegradas), de abuso sexual, pela qual passa um bom número de nossas crianças: os setores de infância trabalhadora, crianças de rua, crianças portadora de HIV, órfãos, soldados, e crianças enganadas e expostas à pornografia e prostituição forçada, tanto virtual quanto real. Sobretudo, a primeira infância (0 a 6 anos) requer um cuidado e atenção especiais. Não se pode permanecer indiferente diante do sofrimento de tantas crianças inocentes. (439)

Por outro lado, a infância, ao ser a primeira etapa da vida do recém-nascido, constitui uma ocasião maravilhosa para a transmissão da fé. Vemos com gratidão a valiosa ação de tantas instituições a serviço da infância. (440)

A esse respeito, propomos algumas orientações pastorais: (441)

a) Inspirar-se na atitude de Jesus para com as crianças, de respeito e acolhida como os prediletos do Reino, atendendo a sua formação integral. De importância para toda sua vida é o exemplo de oração de seus pais e avós, que têm a missão de ensinar a seus filhos e netos as primeiras orações.

b) Estabelecer, onde não existam, O Departamento ou Seção da Infância para desenvolver ações pontuais e orgânicas a favor dos meninos e meninas.

c) Promover processos de reconhecimento da infância como um setor decisivo de especial cuidado por parte da Igreja, da Sociedade e do Estado.

d) Tutelar a dignidade e os direitos naturais inalienáveis dos meninos e das meninas, sem prejuízo dos legítimos direitos dos pais. Cuidar para que os meninos recebam a educação adequada a sua faixa etária no âmbito da solidariedade, da afetividade e da sexualidade humana.

e) Apoiar as experiências pastorais de atenção à primeira infância.

f) Estudar e considerar as pedagogias adequadas para a educação na fé das crianças, especialmente em tudo aquilo relacionado à iniciação cristã, privilegiando o momento da primeira comunhão.

g) Valorizar a capacidade missionária dos meninos e das meninas, que não só evangelizam seus próprios companheiros, mas que também podem ser evangelizadores de seus próprios pais.

h) Fomentar a instituição da Infância Missionária.

i) Promover e difundir processos permanentes de pesquisa sobre a infância, que façam sustentável, tanto o reconhecimento de seu cuidado, como as iniciativas a favor da defesa e de sua promoção integral.


Fonte: vatican.va

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um dia...
Os jovens ouvirão palavras
Que não haverão de entender.
Crianças da Índia perguntarão:
- O que é fome?
Crianças do Alabama perguntarão:
- O que é discriminação racial?
Crianças de Hiroshima perguntarão:
- O que é bomba atômica?
Crianças na escola perguntarão:
- O que é guerra?
E vocês lhes responderão.
Vocês lhes ensinarão:
Essas palavras não são mais usadas.
São como carruagens, galeras ou escravidão.
Palavras que não tem mais sentido.
É por isso que foram tiradas dos dicionários.

Martin Luther King

Paulo Tchen - Um Menino Santo


O carisma da Santa Infância (Infância e Adolescência Missionária) como caminho de santidade das crianças.


Paulo Tchen nasceu na China, no dia 11 de abril de 1838.

Seu pai era um médico oriental, tratava os camponeses com ervas; mas com o tempo, o trabalho dele não lhe permitiu mais dar uma vida digna à família.

Durante as viagens que o doutor Tchen fazia pelas vilas para tratar das doenças dos moradores, o pequeno Paulo ficava em casa com sua mãe e seus irmãos. Ele era um garoto sereno e feliz, conformado com tudo.

O pequeno ajudava seu pai a procurar as ervas e colher as frutas. Ele realizava sua tarefa com alegria, feliz de poder ajudar de alguma maneira sua família.

Seu pai estava preocupado por conta da pobreza em que se encontravam seus filhos. Um dia, ele ouviu falar dos colégios da Santa Infância, onde as crianças carentes eram acolhidas, educadas e encaminhadas a uma profissão. Então o doutor Tchen pensou em conduzir seu filho até lá.

Com dor, ele confiou a vida de seu filho ao padre Louis Faurie, um missionário francês que o acolheu com amor. Durante anos, o pequeno Paulo não viu nenhum membro de sua família.

Paulo seguia com interesse a catequese e ele era encantado com a vida de Jesus. Ele fazia várias perguntas sobre esse bom amigo que amava as crianças. O padre Faurie encontrou o dom da graça nele e o admitiu no seminário.


Já era seminarista quando recebeu o Batismo e a Primeira Comunhão. Para ele foi feita uma exceção já que nenhum jovem era aceito no seminário se não pertencia a uma família cristã. Paulo tinha uma especial devoção e amor por seu amigo Jesus, que o fez dono de uma vocação extraordinária...

Paulo estudava com gosto, e rezava muito. Ele gostava da profissão de carpinteiro.

Com 19 anos, seu pai veio buscá-lo, mas ele lhe disse: “Pai, eu não lhe pertenço mais, a Igreja me acolheu e me fez crescer, é a ela que eu pertenço. Deus me chama e eu devo segui-lo”.

No dia 12 de junho de 1861, os soldados chineses invadiram o seminário e sequestraram Paulo e seus dois companheiros: José e João Batista. Frequentemente, os chineses perseguiam os cristãos por motivos injustificáveis.

O calvário durou muito tempo, mas os jovens testemunharam sua fé durante o
sofrimento e as ameaças. Paulo escrevia: “Somos tentados de muitas maneiras, e fazem todo o esforço possível para arrancar-nos nossa fé, mas preferimos morrer a renunciar a nossa religião”.

O padre Faurie, tornado vigário Apostólico, conservava as belas cartas de Paulo e encorajava os jovens a resistir, na esperança de poder salvá-los. De seu lado, Paulo encorajava seus companheiros e lhes convencia a ficar fiéis à religião cristã. Ele assegurava ao bispo que os dias deles estavam sendo iluminados pelo sofrimento que era sustentado pela oração.

A senhora Marta, uma santa mulher cristã, desafiava os soldados levando comida, roupas limpas e alguns pedaços de papel para que os jovens escrevessem ao padre Faurie. Foi ela quem fez o testemunho do sofrimento e da grande fé de Paulo. Ela, assim, como os garotos, foi morta.


Na madrugada de 29 junho de 1861, Paulo e seus companheiros foram levados para fora da prisão e empurrados contra uma parede. Paulo então compreendeu que havia chegado o momento e orou intensamente ao seu amigo Jesus, agradecendo por ter-lhes dado o privilégio do martírio.

O padre Faurie solicitou os corpos dos mártires. Ele, que havia sido o diretor espiritual de Paulo, escreveu sua vida e enviou às crianças da Santa Infância de Paris, afim de que ele seja um exemplo e um encorajamento para elas durante o engajamento missionário.

Paulo foi beatificado pelo Papa Pio X em 1908. Em 1920, seu corpo foi transportado para a catedral de Notre Dame de Paris e enterrado na capela da Santa Infância. No dia 01 de outubro de 2000 foi canonizado por João Paulo II

terça-feira, 16 de março de 2010

Trabalhar juntos a serviço da Missão Ad gentes

Reunião dos Diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias do continente americano
Orlando (Agência Fides) – Os Diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias do continente americano (Norte, Centro e América do Sul) encontram-se nos próximos dias para coordenar as linhas e estratégias comuns no trabalho para a Missão Ad Gentes. De 15 a 21 de março, na cidade de Orlando (USA), acontecerá a reunião anual dos Diretores das POM da América. Dom John E. Kozar, Diretor nacional das POM dos EUA, em nota enviada à Agência Fides destacou que “trabalhando juntos dessa forma para a Missão, mantemos viva a visão do Papa João Paulo II, que via a América como uma só realidade”.
Dom Kozar, que desta vez será o anfitrião da reunião, informou que participarão do encontro os representantes de 23 nações do continente. “Desejamos rever as necessidades missionárias de algumas Igrejas locais americanas – acrescentou -, mas principalmente as respostas de todas essas Igrejas e como trabalham juntos na Missão Ad Gentes”. Além dos 23 Diretores nacionais, também participará do encontro Padre Timothy Lehane, SVD, Secretário Geral da Pontifícia Obra de Propagação da Fé.
Entre as questões mais relevantes presentes na agenda desta reunião estão: o caminho após o CAM3 (Terceiro Congresso Missionário Americano) realizado em Quito (Equador); reflexão e primeira organização para o CAM4 que acontecerá em 2012 em Maracaibo (Venezuela); o Ano da fundadora da Obra da Propagação da Fé, Paolina Jaricot; partilha das experiências missionárias de cada país através do diálogo e da troca de materiais.
Pela Bolívia, participará do encontro Pe. Eugenio Scarpellini, Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias na Bolívia, que apresentará a rica experiência missionária da Bolívia e o trabalho de animação nas diversas jurisdições e também o tema da formação sobre temas específicos como o Ano Paulino, o Ano Sacerdotal... “Queremos partilhar – escreveu Pe. Scalpellini em nota enviada à Fides - as nossas propostas para o futuro, para poder chegar a mais pessoas possíveis, em colaboração com os setores específicos da sociedade e mostrar como a Conferência Episcopal da Bolívia e as Pontifícias Obras Missionárias estão trabalhando juntos a serviço da Missão Continental”. (CE) (Agência Fides 12/03/2010)

domingo, 7 de março de 2010

1003 – Liberdade de expressão

Uma grande rede de televisão do Brasil tem mostrado uma série de propagandas com depoimentos de representantes de várias religiões criticando veladamente a Igreja Católica, por esta defender o direito ao ensino religioso nas escolas, por defender a vida (contra o aborto e a eutanásia), por defender o casamento monogâmico, indissolúvel e natural entre o homem e a mulher, por defender sua fé ao criticar livros ou filmes.

Em uma destas "propagandas", sempre finalizada com "cidadania, a gente vê por aqui", colocou um pai de santo defendendo a liberdade de expressão. Dizia ele que "todos têm liberdade de expressar seus pontos de vista e ninguém pode criticar". Bom, nesta frase já há um cerceamento da liberdade de expressão: "ninguém pode criticar".

Se todos têm direito de defender suas convicções, por que criticar de forma tão insistente á Igreja Católica? Não teria ela também liberdade de opinião? Não poderia ela também expressar-se livremente sobre suas convicções, baseadas na Lei Natural e no Evangelho? Não estaríamos vivendo uma eclesiofobia? Bom pensar nisso.

Interessante é que ao começar tal clip a emissora foca telas de internet com a Igreja expressando-se contra união civil de pessoas do mesmo sexo e uma tela com a Igreja manifestando desagrado com textos de um famoso escrito português. Todo mundo pode se expressar, menos a Igreja.

O Concílio Vaticano II, em vários textos, defende a liberdade de expressão, assim como a liberdade de consciência. Ninguém pode ser obrigado a abraçar esta ou aquela forma de pensar e de agir, nem tampouco a liberdade de expor aos outros seus pensamentos, a fim de ser melhor compreendidos e dar ao outro a oportunidade até mesmo de mudar de ideia. Porém alguns grupos em nosso país (e também pelo mundo todo) se acham no direito de empurrar suas opiniões pela nossa garganta a baixo e que não podemos esboçar qualquer reação. Isto fere a própria lei natural. Reclamam de discriminação, mas discriminam quem não concorda com sua posição.

Também faz parte da missão o diálogo: saber ouvir e saber falar. E, se preciso for (se estiver contra o Evangelho de Jesus, que é a única Verdade) mudar nossa opinião e nosso modo de agir, fazer uma verdadeira “metanóia”. Estejamos prontos para o diálogo. Saibamos compreender a voz da Igreja, até mesmo para saber perceber o que possa vir a destoar.

Pe. Edson Assunção
Secretário Nacional da
Infância e Adolescência Missionárias

A Diocese de Malaga, “fiel à vocação missionária”, há 56 anos envia missionários a Venezuela

Malaga (Agência Fides) – No domingo, 7 de março a Espanha celebra o Dia Hispano-Americano (ver Fides 3/3/2010) e o Dia Missionário Diocesano. Para tal ocasião foi escolhido como ponto de referência a diocese de Malaga (Espanha) e o slogan “Málaga, fiel à vocação missionária”. O delegado da Comissão para as Missões da diocese espanhola, Pe. Lorenzo Orellana, enviou uma carta a todos os sacerdotes, religiosos, catequistas e fiéis, onde escreve: “Neste Ano Sacerdotal somos convidados a renovar a nossa fidelidade. Por isso, é oportuno que recordamos a vocação missionária do clero de Malaga. Daqui a pouco conseguiremos completar, graças aos nossos Bispos e sacerdotes, 56 anos de fidelidade ao compromisso missionário de ajudar outras dioceses irmãs”.
A recordação desta fidelidade se resume com o que segue: “De 1954 a 1986 os bispos de Malaga enviaram sacerdotes às dioceses venezuelanas de Ciudad Bolivar, Cumana, Maturin e Guanare. Desde 1986 esta ajuda se dirigiu para a Missão Diocesana de Caicara do Orinoco. O envio de sacerdotes foi uma graça para aquelas dioceses e para todos aqueles que foram enviados. A missão diocesana de Malaga tem uma superfície de 45.000 quilômetros quadrados, (a metade de Andalusia), e o trabalho desempenhado pelos nossos sacerdotes é enorme”. (CE) (Agência Fides, 04/03/2010)

Missão do Hospital Pediátrico Menino Jesus:

“No Haiti deixei o coração, quinze dias que marcaram para sempre a minha vida”

Roma (Agência Fides) – Em 30 de janeiro passado partiu para o Haiti o primeiro médico do Hospital Pediátrico Menino Jesus com a tarefa de ajudar nas emergências de saúde das populações vítimas do terremoto. Michele Salata, pediatra, colaborou para o Hospital Menino Jesus de Roma, com a rede de assistência criada nos locais do desastre natural. Voltando da viagem, o médico quis contar sua experiência. “O dia da saída de Porto Príncipe procurei imprimir em meu coração o rosto do maior número possível daquelas crianças. Deixar o nosso local de assistência Bouquet de fleur foi realmente difícil! Ali estavam muitas crianças em condições críticas, cuja vida está por um fio e para eles existem pouquíssimos recursos, basta um pequeno problema e tudo pode piorar. A cada dia dou uma volta mentalmente naquele local e vejo os olhos, as caretas, ouço o grito das crianças quando tinham fome.
Aqueles quinze dias marcaram minha vida para sempre. Estamos acostumados a ver tantas vezes tragédias na TV e nos jornais; todo este sofrimento parece quase normal, ou pior, é como se assistíssemos a um filme... depois, desligamos a televisão e voltamos à nossas vidas, cheia de comodidades e na qual nada nos falta! Quando, porém, nós estamos dentro daquele filme, as coisas mudam; eu peguei nos braços aquele menino que morreu; os olhos do prematuro que morreu penetraram em minha alma, pediram minha ajuda... e nós não conseguimos salvá-lo... Não tenho respostas para isso. À parte a história de nosso povo, as responsabilidades de nossos países nos tempos, ainda hoje existem milhões de pessoas, crianças, que vivem na mais total miséria, que não têm o que comer, que não sabem se seu filho, recém-nascido, conseguirá sobreviver, ou se uma banalíssima infecção o levará embora num piscar de olhos. Quantas vezes me vi desolado, impotente diante de crianças que estavam morrendo, e zangado por saber o que poderia fazer se estivesse aqui, enquanto ali, podia só olhar ou deixar o bebê nos braços da mãe esperando que, como um anjinho, ele voasse aos céu. “Tudo isso fica dentro de nós; e ao que parece, a tragédia não terminou”. (AP) (3/3/2010 Agência Fides)

sábado, 6 de março de 2010

ENTREVISTA: A Atualidade e o Vigor da Infância Missionária

Entrevista com o Secretário Geral da Infância Missionária, PE. Patrício Byrne, SVD


1. A Obra da Infância Missionária nasceu em um determinado momento histórico. Para poder chegar até os nossos dias, teve de se adaptar? De que maneira?
Em cada movimento deve haver uma evolução. No início, o Bispo fundador, D. Carlos Forbin-Janson estava pensando somente nas crianças da China. Posteriormente, o movimento adquirirá uma dimensão universal. Ao longo destes 160 anos, a Infância Missionária espalhou-se por todas as regiões do mundo. Tudo isto acarreta uma adaptação. Sem dúvida, temos alguns projetos na China; contudo, em virtude dos diversos problemas históricos e políticos, eles não são tão numerosos como no passado. Em contrapartida, contamos com muitos outros projetos em inúmeras regiões do mundo. Outros eventos importantes foram o Concílio Ecumênico Vaticano II e as mudanças que se seguiram, entre elas, a diminuição do número de irmãs religiosas nas escolas católicas. Desta forma, perdeu-se um pouco o interesse pela Infância Missionária, que era vigoroso precisamente no âmbito das escolas em geral. Penso, por exemplo, no caso dos Estados Unidos da América. Hoje em dia, em contrapartida, estamos desenvolvendo nesse País uma forte animação missionária, de maneira especial para que as pessoas compreendam que a Infância Missionária constitui um modo dinâmico de trabalhar com as crianças e com os jovens. E em tais momentos podemos constatar, em quase todas as regiões do mundo, um interesse renovado pela Infância Missionária.

2. Por que, em determinados ambientes eclesiásticos, a Infância Missionária não é muito conhecida?
Um problema que notei, primeiro ao longo dos meus anos como Diretor Nacional no Equador e, agora, como Secretário-Geral, é que existem sacerdotes e Bispos que não receberam uma formação missionária ad gentes. Eles seguiram cursos de dogmática, de espiritualidade, de moral, etc., mas sem qualquer referência à realidade missionária da Igreja. Se tivessem estudado esta realidade da Igreja, conheceriam o grande protagonismo da Infância Missionária, prestando uma ajuda moral e econômica a inúmeras crianças, nestes 160 anos de existência. Encontro-me com sacerdotes, na África, por exemplo, que estão conscientes de ser presbíteros porque, desde o princípio, desde a escola primária, receberam uma certa ajuda, primeiro da parte da Infância Missionária e em seguida, no seminário, da parte da Obra de São Pedro Apóstolo. Contudo, ao mesmo tempo, também encontro outros presbíteros que nem sabem que foram beneficiados por esta ajuda. Por isso, para mim, trata-se de uma questão de formação. Temos de continuar a insistir para que, em todas as regiões do mundo, nos nossos seminários, se ensine a missiologia. A missão é uma tarefa que compete a todos.


3. A espiritualidade da criança acompanha as tendências da secularização, o racionalismo, etc., como nos adultos, ou segue caminhos que lhe são próprios?
Na minha opinião, em cada geração manifestam-se novas tendências, e as crianças são influenciadas por elas. Nos nossos tempos modernos, nem sempre é fácil falar com as crianças, especialmente no mundo ocidental. Este ambiente, às vezes, é pós-cristão. Todavia, mesmo em tais casos, se apresenta uma mensagem positiva, uma mensagem que sensibiliza os corações, as crianças respondem. Acho que devemos ser maduros e ver a espiritualidade da criança de hoje dentro do contexto da secularização e de todas as outras grandes mudanças destes tempos. Devemos ajudar a criança a ver a realidade do seu mundo moderno, mas sempre, por sua vez, apresentando-lhe o compromisso fundamental com Jesus Cristo.


4. A partir de que idade é possível participar da Infância Missionária, e até quando? E depois?
Depende, como sempre, de cada país, mas em geral as crianças começam a percorrer seu caminho na Infância Missionária com cinco anos de idade, e ali continuam até completar 14 anos. Repito, poderá haver diferenças, em conformidade com os vários países. O que acontece, em seguida? Esta é uma boa pergunta, porque é precisamente esta idade que constitui um período difícil para o adolescente que, física e psicologicamente, passa por mudanças. Na América Latina temos um movimento chamado “Jovens sem Fronteiras” (Juventude Missionária). Além disso, contamos com a “Pré-Adolescência Missionária” (Adolescência Missionária). Através dela, trabalhamos vigorosamente com adolescentes de 12 a 16 anos, e levamo-los a assumir a responsabilidade de dirigir os grupos da Infância Missionária, e de experimentar a missão, ajudando em setores onde não há disponibilidade de sacerdotes. Na minha opinião, o problema é mais complicado nos países economicamente mais desenvolvidos. Trata-se de um aspecto da missão que devemos aprofundar muito mais, para podermos orientar os jovens que passaram pela Infância Missionária e que agora querem continuar seu compromisso missionário, mas que às vezes encontram dificuldades de organização, depois dos 14 anos de idade.


5. A organização e as características da Infância Missionária dependem de cada país, de cada diocese e de cada grupo?
Sim, mas ao mesmo tempo existe uma organização que é básica. As pessoas que querem trabalhar com a Infância Missionária devem adaptar-se a uma determinada filosofia de vida que temos em virtude da experiência adquirida desde o período de D. Carlos Forbin-Janson até hoje, mas obviamente deixamos uma certa liberdade a cada país, a cada diocese e a cada grupo. Normalmente, em um determinado país, pede-se que cada diocese siga um estilo análogo. De vez em quando, aqui no Secretariado Internacional recordamos às Direções Nacionais alguns elementos característicos da Infância Missionária, como por exemplo, o fato de que a própria Infância Missionária é claramente uma missão ad gentes. Existem muitos grupos que procuram realizar boas obras no seu próprio país, mas sem fazer qualquer referência à missão universal. Nós, pelo contrário, devemos estar sempre orientados para a dimensão missionária ad gentes da nossa Igreja.


6. A Ásia é o continente com a menor presença de cristãos. Ultimamente, o senhor realizou diversas viagens a essa região. Também a Infância Missionária é frágil no interior daquelas Igrejas?
Em primeiro lugar, devo dizer que, pelo que pude constatar durante minhas viagens, a Infância Missionária está crescendo em todas as regiões do mundo. Em todos os países verifica-se um esforço extraordinário, em vista de fazer com que as crianças conheçam e vivam a Infância Missionária. Nos últimos cinco anos, nossa filosofia consiste em insistir no estabelecimento da Infância Missionária com nossos Diretores Nacionais, tendo sempre em conta a situação local, mas falando sem timidez sobre a necessidade de compartilhar todas as potencialidades que oferece a Infância Missionária. Recentemente, viajei com maior frequência à Ásia, porque essa é a região do mundo que eu menos conhecia. Graças a Deus, em países como o Sri Lanka, a Indonésia, a Índia e a Tailândia, observei um grande progresso na animação missionária das crianças. Registra-se um progresso análogo também em outros países, como a Coréia, que contudo ainda não pude visitar. Por isso, não acho que a Infância Missionária seja frágil em tais regiões, mas é claro que esperamos um crescimento ainda maior em todo o continente asiático.

FONTE: www.vatican.va