quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ÁFRICA/MALAUÍ - Natal em pobreza: a única esperança da população é a loteria


"O grão recém-nascido aguardou em vão a neblina da noite e sobreviveu só alguns dias. Depois, secou tudo. Sobrevivem apenas algumas plantinhas, as mais robustas, de algodão; o resto foi literalmente cancelado. Será preciso recomeçar tudo de novo. Muitas famílias não têm mais nem sementes para quando a chuva chegar. Três meses depois do início da estação das chuvas, não existe mais nada nos campos. Como viver o Natal em meio a esta pobreza?" - comunica à Agência Fides pe. Piergiorgio Gamba, missionário monfortano que vive há mais de 30 anos no Malauí.

A isto se acrescenta a má administração política da economia nacional, "mas o país caiu muito. 'Malawi is sinking' está afundando, disse a Comissão Justiça e Paz da Igreja Católica" - refere Pe. Gamba.

Com o câmbio da moeda local mantido artificialmente alto por motivos políticos, falta corrente elétrica e se sente fortemente a falta de combustível: "sozinhos estes problemas colocam de joelho um pequeno país que se dedica 80% à agricultura e as pessoas vivem nos povoados " - afirma o missionário. Na cidade formam-se longas filas de carros abandonados perto de postos de gasolina. 

"Os preços são incontroláveis e ninguém faz um orçamento que seja válido para poucos dias. As matérias-primas compradas no exterior e depois transformadas no local não podem mais ser adquiridas a não ser no mercado negro. O cimento não se encontra, o ferro está cada vez mais escasso..."

O regime usa punho de ferro para manter sob controle a situação e impedir a explosão de protestos sociais. A polícia se orgulha de ter detido mais de 4.000 pessoas, com o pretexto de garantir um Natal sereno à população.

"Outro sinal de descontrole do país é a abertura da Loteria que semanalmente promete dez milhões de Kwacha a um vencedor que poderá 'sonhar uma nova vida'. A partir desta semana será vendida também a 'Raspadinha' patrocinada por um homem de negócios chinês", conta Pe. Gamba.

"As próximas eleições se realizarão em 2014, muito distantes mesmo se não podemos contar muito, considerando a falsificação dos resultados. Como iniciar a mudança política? A Igreja deve ajudar nessa tarefa?", se pergunta, enfim, o missionário.

FONTE: Agência Fides - 28/12/2011

ÁFRICA/EGITO - "Passarei o Natal com os meninos do bairro dos coletores de lixo", disse Pe. Verdoscia




"Eu estou na loja, com os meus colaboradores, para escolher as roupas a serem distribuídas às crianças no dia de Natal"- disse à Agência Fides Pe. Luciano Verdoscia, missionário comboniano que trabalha há anos em Mansheya, o bairro dos coletores de lixo (chamados de "Zabbaleen"). "Eu e minha associação acompanhamos cerca de 650 crianças, dando-lhes uma educação e uma pequena ajuda financeira", explica o missionário.

Sobre a situação social do Egito, Pe. Luciano lembra que em 23 de dezembro, "realizou-se o protesto contra a violência contra as mulheres, que danificou a imagem do Exército. No dia 22, em outra praça no Cairo, realizou-se uma manifestação a favor do exército. No entanto, é bom ter em mente que o Exército tem uma força numérica considerável: basta dar ordens aos seus membros de enviarem suas famílias para as ruas e as ruas se enchem".

"A população está um pouco confusa", prossegue Pe. Luciano, "mas, ao mesmo tempo, as pessoas continuam suas atividades. O protesto está concentrado apenas em alguns lugares específicos, começando pela Praça Tahrir. Em suma, a situação é muito mais complexa do que parece. Agora desculpe-me, mas devo sair porque tenho de terminar de descarregar os pacotes", concluiu o missionário.

FONTE: Agência Fides - 23/12/2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Mãe África, preciso partir...

Antes de partir quero me despedir e não sei bem como. Quando comecei organizar a mala, entregar pastas, rever documentos das paróquias, fotos, anotações pessoais e mensagens das comunidades, me veio no coração palavras de gratidão.
Agradeço-te mãe áfrica que a mim se mostrou no seu realismo, diverso da visão romântica dos safáris e dos programas turísticos. Convivi com uma parcela muito pequena de teus filhos e filhas do imenso continente. Particularmente a mim você se mostrou no povo mackua do norte Moçambicano. Gente simples e resistente que trabalha na machamba (roça) e caminha diariamente a procura de água para beber, cozinhar e tomar banho.
Alegrei-me quando a mim se revelou na imensidão de crianças que andam e brincam em grupos. Também cansei de tanto ser olhado e admirado por elas em toda parte. Com elas brinquei e quebrei protocolos da oficialidade das visitas nas comunidades. Elas fazem parte da tua fecundidade e riqueza. Peço aos teus filhos adultos que as considere melhor, organizando esteiras para sentarem nas celebrações e tratando-as com igualdade na hora de comer e vestir.
Surpreendi-me com o universo juvenil de teu povo. São eles pai ou mãe de muitos filhos e até mesmo avó e avô dizendo-se jovem, dançando, cantando e rezando como tal. Foram muitas partilhas, formações e descobertas. Seus cânticos, danças e batuques dão vida às liturgias e festas. 
Admirei-me vendo tuas filhas indo para machamba (roça) vestidas de coloridas capulanas, carregando seus filhos nas costas e trazendo pote de água ou lenha na cabeça. Elas expressam a luta cotidiana do teu povo em busca de sobrevivência. Há um longo caminho a percorrer para sua promoção e inclusão social. Elas ainda são na realidade um grito silencioso por liberdade.
Com teu povo vive as dores da malária que mata multidões pelo frágil sistema de saúde. Aqui a média de vida do teu povo é 40 anos. As doenças que mais matam já têm cura em outros países, mas teus filhos não tem acesso. Morrem sem saber a causa.
Com tuas pequenas comunidades ministeriais, me encantei, rezei, celebrei sacramentos, dancei, silenciei, dormi em tuas palhotas, nas esteiras e nas camas de corda. Nada me faltou. Mas com elas também me decepcionei pela fragilidade em fazer dos ministérios, cargos e cadeiras de poder. É verdade que teus filhos sofreram e sofrem influências de todo lado: do colonialismo português, das guerras, das ideologias importadas, do tribalismo e do regime atual de governo que fazem de ti o que na origem não és. Contudo, mesmo nas minhas decepções, ainda te vejo hospitaleira, simples, mística, acolhedora da palavra de Deus e aberta ao Espírito.
As lideranças mais velhas me dizem que as comunidades eram mais evangélicas naquele tempo de perseguição e guerra. Escondidas, rezavam no mato sem poder acender fogo para que o inimigo não lhe descobrisse. Teus filhos andavam mais a pé em busca da palavra e da eucaristia. Eram poucos os teus ministros ordenados e te manteves na fé pascal que formou muitas comunidades. Agora teus sonhos estão a mudar. Os cristãos pensam em te cobrir com chapas de zinco, dizendo que a palha dá muito trabalho. Algumas de tuas igrejas já levam nome do dono, deixando de ser comunidade cristã que se constrói na liberdade e na participação de todos.
Pois é mãe áfrica, “o progresso” com suas contradições, chegou a ti. As caminhadas a pé deram lugar às bicicletas e hoje as motos viraram sonho de consumo dos camponeses. A quem já se divorciou depois que comprou motorizada. A cultura dominante já entrou pela música, novelas, roupas, plástico e modas. Tuas vilas com energia elétrica esbanjam invasão capitalista. Tuas feiras nos interiores são pequenos mercados globais. Tuas florestas, teus minérios e tuas riquezas naturais viraram mercadoria para os países ricos. Tua madeira é levada em toneladas diariamente pelos chineses.
Conheci pouco de tua religião tradicional. Mas sei de sua influência no coração do povo. Penso que há valores e limites nela. Pode promover vida, mas também pode levar ao medo, a morte e a opressão dos teus filhos. Há histórias dos que conseguiram a cura e também dos que já morreram nas mãos de feiticeiros que usam drogas e venenos.
Mãe áfrica, uma voz grita no teu deserto. Tuas crianças, jovens, homens e mulheres, velhos, reis e camponeses estão a gritar por justiça, paz, comida, acesso a água, educação e saúde.
Confesso que em 2008 atravessei oceanos com a missão de te evangelizar. Espero que nestes anos te ajudei na construção do Reino de Deus.  Mas creio também que você me evangelizou, me acolheu e amadureceu meu coração de pastor. Agradeço pela paciência que teve comigo. Nestes anos carreguei um tesouro em vasos de barro. Por isso, peço desculpas pelos meus erros.
Finalizo expressando que fui muito feliz com teu povo nesta missão, não sei se da mesma forma eles foram felizes com minha presença. Mãe África, chegou meu tempo de partir com o coração agradecido. Obrigado (Kochucuro). Já vou (Korroa).
Pe. Maurício da Silva Jardim
Dezembro de 2011.

Missionários estrangeiros visitam a sede das POM


Os 12 missionários do Centro de Formação Intercultural (Cenfi) edição 106 de iniciação à missão no Brasil para missionários do exterior, do Centro Cultural Missionário (CCM), visitaram na tarde desta quarta-feira, 14, a sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Brasília.

Na ocasião, o diretor nacional da organização, padre Camilo Pauletti, juntamente com o secretário da Pontifícia Obra da Propagação da Fé e Juventude Missionária, padre Marcelo Gualberto, apresentaram as instalações da sede, os fundadores das quatro Obras Missionárias e a essência dos trabalhos missionários desenvolvidos pelas POM.
O Cenfi consta de três propostas básicas: uma aprendizagem sistemática da língua portuguesa; um estágio em casas de família; uma introdução articulada sobre a sociedade, as culturas e a caminhada da Igreja no Brasil. Seu objetivo é uma primeira introdução, interação e acompanhamento do missionário estrangeiro à realidade brasileira. Nesse período, além da escola, da formação, da convivência, dos eventos, dos momentos de lazer e de espiritualidade, acontece também o intercâmbio entre os participantes.

Os missionários do Cenfi 106 são de Gana, Itália, Nigéria, México, Filipinas, Vietnã, Polônia, Honduras, Eslováquia, Paraguai e Alemanha. O curso teve início no dia 25 de setembro e encerra no próximo dia 22.

Formação missionária para Comidis e Comipas já tem data marcada

Em fevereiro, entre os dias 17 e 21, as forças missionárias concentradas nas dioceses e paróquias, os chamados Conselhos Missionários Diocesanos (Comidis) e Conselhos Missionários Paroquiais (Comipas) têm um encontro marcado no Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília. A formação é destinada a coordenadores e animadores desses conselhos.
“Os Encontros de Formação Missionária para coordenadores e animadores de Comidis e Comipas, são um momento único de animação, debate e troca de experiências em nível nacional, e têm por objetivo fortalecer a articulação dos organismos missionários, bem como fornecer instrumentos básicos para que a animação missionária aconteça em maneira eficaz em todas as dioceses e paróquias do país”, afirmou em carta às lideranças missionárias o presidente do Conselho Missionário Nacional (Comina) e da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sérgio Braschi.
Com conteúdo programático destinado principalmente para coordenadores iniciantes nos Comidis e Comipas, a formação visa também levar o público-alvo a “aprender a ver a realidade do mundo além de nossas fronteiras; aprender a redescobrir, cultivar e assumir a dimensão universal da missão, como discípulos missionários sem fronteiras; aprender a articular Comidis e Comipas para uma animação missionária autêntica e eficaz e, por fim, a aprender a formar-nos numa espiritualidade da ação missionária (cf. DAp 284), com coração aberto a todas as culturas e a todas as verdades, cultivando a capacidade de contato humano e diálogo”, conforme prevê o Documento de Aparecida (DAp).
A formação é promovida pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), pelo CCM e pela Comissão Episcopal a Ação Missionária. As inscrições já podem ser efetuadas no site www.ccm.org.br. Mais informações pelo telefone (61) 3274.3009.

sábado, 17 de dezembro de 2011

ÁSIA/MALÁSIA - Cantos natalinos nas casas somente "se autorizados pelas forças de segurança": protestos dos cristãos

Kuala Lumpur (Agência Fides) - Duas igrejas em Klang, um subúrbio de Kuala Lumpur, receberam uma nota em que pede nomes e detalhes das pessoas que cantam cantos natalinos (os tradicionais "carols") porque, segundo os oficiais, é necessária uma autorização prévia das forças de segurança para poder executa-la nas igrejas e casas. Como observam as fontes locais de Fides na comunidade cristã, os fiéis definem tais pedidos "absurdos e inadmissíveis". O jesuíta Pe. Lawrence Andrew, Diretor da revista semanal diocesana "Herald" explica Fides: "Trta-se de uma interpretação restrita das normas existentes sobre o exercício da atividade de culto e da liberdade religiosa. A polícia está em confusão total. Depois dos protestos dos cristãos, representantes do Governo desmentiram a necessidade de tais autorizações". 
Numa nota enviada a Fides, Dom Paul Tan Chee Ing, Bispo de Melaka-Johor e Presidente da Conferência Episcopal, afirma que tais restrições transformariam o país "quase num estado de polícia", se os agentes continuam a pretender "tais requisitos burocráticos".
Fontes de Fides veem motivos políticos e eleitorais por trás de episódios desse tipo. O primeiro ministro Najib Kazak tinha aumentado as esperanças da sociedade civil sobre o início de uma nova era de reformar, com a sua decisão de anular uma série de leis muito odiadas, como a lei sobre a segurança interna (ISA), introduzida pela Malásia depois da independência da Grã Bretanha em 1957. A lei permite a detenção sem processo e limita a imprensa e aos direitos de reunião. O documento, come prometido pelo Governo, deveria ter sido substituído por uma nova lei em 2011, criada para regularizar a Malásia com as leis internacionais. O governo, observam as fontes de Fides na Malásia, se pronunciaram em tal sentido para acalmar a população, depois das manifestações nas ruas do movimento "Bersih 2.0" (que significa "limpeza"), realizadas em Kuala Lumpur em julho passado, que pediam "transparência e direitos". 
Um novo projeto de lei denominado "Peaceful Assembly Bill", que regula o exercício do direito de reunião e manifestações, aprovado nas semanas passadas pela Câmara Baixa do Parlamento, atribui, ao invés mais poderes de controle preventivo ao executivo e autoridades de polícia e isso causou protestos na sociedade civil e também entre as minorias religiosas, reunidas no "Malaysian Consultative Council of Buddhism, Christianity, Hinduism, Sikhism and Taoism". A medida especifica expressamente que "os lugares onde não podem se reunir são também lugares de culto". Segundo Teresa Mok, secretária nacional do Partido de Ação Democrática, as novas regras são "um abuso de poder por parte das autoridades" e "uma tentativa de violar a liberdade religiosa". (PA) (Agência Fides 15/12/2011)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ÁSIA/ÍNDIA - A cada hora no país desaparecem 11 crianças, que são vendidas como escravos

Nova Délhi (Agência Fides) - Na Índia, a cada hora desaparecem onze crianças, vítimas do fenômeno do tráfico de seres humanos, muito difundido no país. Segundo um relatório apresentado na capital, Nova Délhi, pela Organização não-governamental Bachpan Bachao Andolan e baseado nas denúncias apresentadas pelos pais de 2008 a 2010, constam desaparecidos 117.480 menores, a maior parte nas grandes cidades de Mumbai, Calcutá e Nova Délhi, onde são vendidos às famílias ricas para trabalhar como domésticos, escravos nas indústrias ou escravos sexuais, em empresas que administram ou para pedir esmolas. Como já denunciado por outros grupos que se ocupam da defesa dos Direitos Humanos, o aumento do bem-estar econômico nas cidades favoreceu a proliferação de alguns males sociais, entre os quais justamente o pedido de "pequenos escravos" para trabalhos domésticos. O fenômeno é especialmente grave na capital indiana, onde em 2011 desapareceram 1.442 crianças. Segundo o responsável por Bachpan Bachao Andolan, existem ainda muitos casos de resistência para denunciar os desaparecimentos. A Ong se dedica também à libertação dos menores operários explorados nos trabalhos artesanais em Nova Délhi. (AP) (14/12/2011 Agência Fides)

AMÉRICA/PARAGUAI - Libertadas cerca de cem crianças obrigadas a trabalhar

Assunção (Agência Fides) - Cerca de cem menores forçados a trabalhar nas ruas foram libertados pelas autoridades durante a celebração da festa da Virgem de Caacupé, Padroeira dos fiéis católicos do Paraguai. A maioria deles, entre 5 e 13 anos de idade, era obrigada por seus pais a trabalhar. Dentre estas crianças foram também identificados cinco indígenas. As crianças trabalhavam na venda de bebidas alcoólicas, brinquedos, roupas e velas. Cerca de cinqüenta deles foram transferidos para um centro de acolhimento para menores, outros foram entregues às suas famílias, que têm a obrigação de apresentar-se periodicamente diante do procurador. (AP) (14/12/2011 Agência Fides)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

E a IAM espalha-se pelo Brasil...


Enquanto acontecia a 16ª Assembleia de Coordenadores Estaduais da Infância e Adolescência Missionária (IAM) na sede nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Brasília, mais um grupo da Obra era implantado no interior do Brasil.

Foi em Caetanos, região litoral do estado do Ceará que a IAM da diocese de Itapipoca fez nascer um novo grupo. “A equipe de formação se deslocou aproximadamente 60 quilômetros, até chegarmos a Caetanos, para levar àquelas crianças a Boa Nova, que é a palavra de Deus. Fomos muito bem recebidos, muito bem tratados, somos eternamente gratos aquele povo que nos acolheu”, afirmou contente Jéssica Teófilo, coordenadora da Infância Missionária da Paroquia Nossa Senhora da Conceição de Amontada, na diocese de Itapipoca.

Ainda durante o processo de implantação da IAM, as crianças fizeram um pique-nique na praia com o objetivo de partilhar alguns alimentos com outras crianças que estavam por ali. Teófilo relatou como foi o momento.

Foi emocionante, cada criança trouxe um pouquinho de suas casas, trouxeram coco verde, tapioca, cana, suco de murici, doce de leite, bolos, bolachas, manga, laranja, refrigerante. Só comida típica da região. Ao colocarmos o lençol embaixo dos coqueiros, as crianças saíram todas em busca de outras crianças que estavam jogando na praia. Em pouco tempo, todas as crianças da praia estavam ao redor do lençol, e depois de uma linda oração, fomos partilhar o que o Senhor nos deu. É emocionante como as crianças se preocupam em deixar para o outro. Depois fomos fazer gincana na praia. É muito gratificante perceber que por onde passamos plantamos a semente do amor, da partilha, e da evangelização.

Na parte da tarde, nos reunimos com os pais, e foi lindo ver todos lá, percebemos o quanto aquela comunidade ficou empolgada. O nosso pároco, padre Cesanildo, esteve presente e fez a celebração de Envio para a Infância Missionária. Já estamos com saudades, e agora é ir a outras comunidades e levantar a bandeira da IAM por onde passarmos...

Jéssica Teófilo - Coordenadora da IAM da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Amontada  - Diocese de Itapipoca

FONTE: POM

sábado, 10 de dezembro de 2011

AMÉRICA/BRASIL - 2013: Ano da Infância e Adolescência Missionária (IAM) no Brasil


Teve início, em 8 de dezembro, na sede nacional as Pontifícias Obras Missionárias (POM) em Brasília, a 16ª Assembleia Nacional da Infância e Adolescência Missionária (IAM), que se concluirá no domingo 11 de dezembro. Segundo a nota enviada à Agência Fides pelas POM do Brasil, estão presentes 25 participantes representantes de todos os Estados do Brasil, excluídos Mato Grosso e Paraná. As atividades iniciaram ontem à noite com uma oração guiada por 30 crianças das IAM da Paróquia de São João Batista da Gama (DF), e depois o momento de acolhimento e apresentação dos participantes.

As conferências são confiadas a quatro sacerdotes das POM e ao Coordenador editorial das Edições - CNBB, Padre Valdeir dos Santos Goulart. A primeira manhã será dedicada à espiritualidade, guiada pelo ex-Diretor Nacional das POM (1989-1999), Padre Joao Panazzolo. Foram também convidados a participar o diretor executivo do Centro Cultural Missionário (CCM), Padre Stefano Raschietti; a Presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã Marian Abrósio; o Arcebispo de Brasília, Dom Sergio da Rocha.

Estará presente o vencedora do Concurso de Desenho organizado pela IAM, Mayara Pinheiro Mendes, de 11 anos e sua mãe.

A dinâmica da Assembleia foi dividida em quatro fases, segundo a metodologia da IAM, ilustrada pelo Secretário Nacional da IAM, Padre André Luiz de Negreiros:"Na primeira parte (ver) se falará dos progressos que foram feitos, das dificuldades e esperanças. Na segunda parte (iluminar) se entra no momento da espiritualidade missionária, ou seja, si concentra no carisma da IAM. No agir, veremos o momento da formação e espiritualidade de ação no trabalho missionário e isto nos oferecerá uma base para a ação nas sedes estatais, regionais e diocesanas. Na parte do celebrar, teremos enfim espaço para a planificação de atividade da IAM para 2012". Padre André também anunciou que daqui a dois anos se celebrará o Ano da Infância e Adolescência Missionária no Brasil e o tema será tratado durante essa Assembleia.

FONTE: Agência Fides - 09/12/2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Avaliação marca início da Assembleia da IAM


As Pontifícias Obras Missionárias (POM) deram início à 16ª Assembleia Nacional de Coordenadores Estaduais da Infância e Adolescência Missionária (IAM). O evento acontece na sede das POM, em Brasília, e reúne 25 participantes de todos os estados do país. Na tarde de hoje, 9, o diretor da entidade, padre Camilo Pauletti, falou aos participantes sobre a organização e dinâmicas do 3º Congresso Missionário Nacional de Palmas, que acontece em julho do próximo ano.

O secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé e Juventude Missionária, padre Marcelo Gualberto, relatou os trabalhos desenvolvidos ao longo de 2011 e as diversas formações feitas pelo Brasil inteiro. De acordo com ele, a caminhada da JM está dando frutos por todo Brasil. O secretário lembrou que a Assembleia da JM será realizada no próximo fim de semana. Ano passado teve a participação de 23 coordenadores estaduais da Juventude Missionária. A previsão é que aumente este ano. “Foi um ano muito proveitoso de intensos trabalhos que resultaram em experiências bonitas por todo o nosso Brasil. As dificuldades existem, claro, mas sem elas nós não crescemos”, avaliou o ano padre Marcelo em sua exposição.

Para a coordenadora da IAM no estado do Amapá, Silvia Maria, que trabalha à frente da Obra há 16 anos, o encontro apresentou logo nesse primeiro dia de atividades que será proveitoso com possibilidades de aprendizado para todo o grupo. “Serão alguns poucos dias de estudo, formação e aprendizado com esse grupo. Este ano temos muitos rostos novos que já somam conosco na IAM do Brasil”, disse. Também está animada com o encontro a coordenadora no estado do Ceará, Arlane Markely. “Gostei das dinâmicas do encontro. A programação está bem organizada e os momentos de espiritualidade que teremos irão fazer bem a todo o grupo presente”, afirmou. “Um encontro como esse é importante porque passamos a perceber que não estamos sozinhos nas bases, mas sim numa rede de aprendizado e planejamento para que façamos um bom trabalho para a Infância e Adolescência Missionária”, pontuou Rudson Adriano, da diocese de Caxias do Sul (RS).

Ainda no período da tarde, o secretário nacional da Pontifícia União Missionária e São Pedro Apóstolo, padre Sávio Corinaldesi, fez algumas considerações e informações sobre como andam as duas Obras que ele está à frente. Da mesma forma, também avaliou a caminhada em 2011 o secretário da IAM, padre André Luiz de Negreiros, ao falar dos encontros realizados ao longo do ano por todo o país.

O dia de atividades encerrou com um momento de oração ao redor da casa. Na manhã deste sábado, o ex-diretor das POM nos anos de 1989 e 1999, padre João Panazzolo, irá fazer o momento de espiritualidade do encontro. As atividades têm início a partir das 7h com a celebração da santa missa.

FONTE: POM

ÁFRICA/COSTA DO MARFIM - No país africano, a cada 36 horas uma criança sofre violência


Passado um ano da crise pós-eleitoral, na Costa do Marfim, foi registrado um total de 1.121 vítimas de violências sofridas por mulheres, meninos e meninas. Segundo o relatório "Vulnerabilidade, violência e graves violações dos direitos da infância. Relatório sobre o impacto da crise pós-eleitoral na tutela da infância na Costa do Marfim", publicado por Save the Children, Unicef e organizações locais que trabalham para a proteção dos menores, a cada 36 horas no país africano uma criança sofre violência.

O relatório reúne todos os casos de violações dos direitos registrados entre novembro de 2010 e setembro de 2011. Entre elas, mutilações, recrutamento ou uso de menores por parte de grupos armados, ataques a escolas e hospitais, violências sexuais, sequestro ou bloqueio das ajudas humanitárias para os menores. Entre os 1.121 casos registrados, 643 foram cometidos contra meninos e meninas, inclusive 182 casos de violência sexual. Segundo os dados, dois terços do total das vítimas são meninas, 60% das quais têm menos de 15 anos; 213 são casos de violência sexual; 45 de menores envolvidos em grupos armados; 79 menores mutilados ou feridos; 41 mortes infantis por arma de fogo, bombas, etc; 10 são casos de sequestros. Infelizmente, a maior parte dos casos não é registrada e, consequentemente, as violências são muito mais numerosas.

No relatório se evidencia um incremento significativo das violências entre os meses de março e abril deste ano, momento de máxima crise nas regiões mais atingidas pelos confrontos. A maior parte dos crimes permanece impunida e, não obstante se conheça a identidade dos autores de quase a metade dos crimes, foram realizados somente 52 processos. Muitos ainda têm medo de denunciar os culpados.

FONTE: Agência Fides - 07/12/2011

Vi crianças...

Todos, desde sempre, vemos crianças: na família, pela rua, na escola, nos campos de jogos... Sempre vemos crianças; somente que às vezes, contudo, não nos detivemos para estender-lhes a mão, para falar com elas, para ouvir o que elas tinham para dizer... às vezes passamos à distância, com indiferença, sobretudo se as crianças que estavam à nossa frente era crianças de rua, filhos de ninguém, crianças desconhecidas e deserdadas...

Vi crianças lindas nascidas em maternidades, crianças desnutridas, crianças que passeavam por mercados sórdidos, crianças elegantes, crianças vestidas de trapos, com os pezinhos reduzidos a chagas por causa dos parasitas, crianças suadas, apestadas, que lutam para sobreviver. Vi crianças frequentarem a «escola» do alcoolismo, porque ninguém lhes paga a mensalidade escolar. Vi crianças caminharem por todas as partes, em busca de algo para comer, nos latões de lixo, e depois de um lugar onde dormir, debaixo das pontes.

Vi crianças-soldado com uniformes tão grandes que as engoliam, crianças que eram lançadas no chão pelo rebote do seu «kalashnikov». Eram intratáveis e tinham o gatilho fácil.

Vi crianças vítimas da AIDS, que cometeram o pecado de nascer de pais que contraíram esta enfermidade. Vi seus olhos perdidos nas órbitas, sua pele pegada aos ossos e a cabeça maior que o restante do seu corpo.

Vi crianças errantes, desalojadas; para afastá-las acusaram-nas que estavam endemoninhadas.

Vi crianças brigar por um pedaço de pão, queixar-se ou chorar um seu companheiro... Alguém se põe à sua escuta? Contudo, elas falam. Falam através do modo como se movem, com os olhares que lançam ao seu redor, da forma como se vestem, com sua debilidade, com sua linguagem singular... Dizem-nos o que são o que pensam a respeito da vida e da morte, da solidão e do frio, da fome e da nudez... Manifestam sua alegria, sua tristeza e sua própria angústia: expressam principalmente sua irritação... Dizem o que pensam da sociedade que os circunda. «Oh, como é malvado o mundo dos adultos!».

Vi um monstro na maternidade de Kalemba Mulumba em Kananga, os desamados de Bakwadianga em Mbujimyi, os filhos de um deus menor em Lubumbashi, sobre os tetos dos trens... Sobre os tetos dos trens em movimento, correm destemidos, porque já nada temem. Vi crianças agarradas a caminhões em movimento e vi o corpo inanimado de um menino, em uma queda mortal de uma caminhonete que corria velozmente...

Admirei sua coragem, a solidariedade que as une, seu engenho. Admirei sua resistência física, embora muitas delas já tenham morrido. Admirei como sabem conciliar a solidariedade à lei da selva, a angústia à inconsciência, a fragilidade à força, o risco à vontade de viver.


Vi salas de aula sem tetos nem janelas, sem piso e sem pastas. Vi alunos sentados no chão nas salas de aula; vi crianças deitadas de barriga no chão para escrever suas tarefas na escola. Vi estudantes sem folhas, sem lapiseira nem lápis. Vi alunos aglomerados em salas de aula minúsculas. Sim, vi muitas crianças! Vi também educadores de chinelos, pagos por crianças filhos de pais depauperados. Quem é que pensa nelas?

Encontrei uma dezena de religiosas que se encarregam de cuidar de algumas crianças. Dividem com estas últimas a própria casa, o pouco alimento de que dispõem. Suportam seus caprichos, sua má educação, seus modos feios, sua incapacidade de viver no meio do mundo, sua alegria e sua inocência, suas preocupações e suas angústias. Religiosas com o coração de uma mãe, religiosas cheias de afazeres, que não aguentam mais. Mas não existem ONGs que pedem e esbanjam fundos em nome de milhares de crianças?

Na Bíblia pude ler esta frase: «Aquele que recebe um destes pequeninos... em meu nome, é a mim mesmo que recebe» (Mt 18, 5); e também: «Meu filho, não deixes de ajudar o pobre... » (Eclo 4, 1-4).

Não são porventura pobres, necessitadas, indigentes, exasperadas, provadas... todas as crianças que pude ver? E é por acaso porque são bruxos, ou porque queremos esta em santa paz, que os rejeitamos? Ó, meu povo! Ó, minha Igreja! O que será amanhã destas crianças, filhos de ninguém, desconhecidas, abandonadas, desamadas, afastadas dos nossos lares, das nossas mesas e dos nossos leitos?

Cortesia de S. Ex.cia D. Vincent de Paul Kwanga 
(Bispo de Manono, ex-Diretor Nacional das POM, Kinhasa, Congo)
FONTE: Vaticano - http://www.vatican.va

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vai começar a 16ª Assembleia Nacional da IAM

Tem início na noite desta quinta-feira, 8, a 16ª Assembleia Anual dos Coordenadores Estaduais da Infância e Adolescência Missionária (IAM). O evento acontece na sede nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) até domingo, 11, e reúne 25 participantes de todos os estados do Brasil, exceto de Mato Grosso e Paraná.

Na noite de quinta-feira o evento é aberto com um momento de oração dirigido por 30 crianças da IAM da paróquia São João Batista, do Gama (DF). Logo após há um momento de boas-vindas e apresentações dos participantes. Ainda na abertura serão divididas as tarefas da Assembleia.

As palestras serão ministradas pelos quatro padres das Pontifícias Obras Missionárias e pelo coordenador editorial das Edições – CNBB, padre Valdeir dos Santos Goulart. A manhã de espiritualidade será com o ex-diretor das POM durante o período de 1989 a 1999, padre João Panazzolo.

Também foram convidados a participar o diretor executivo do Centro Cultural Missionário (CCM), padre Estêvão Raschietti; a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Márian Abrósio; e o arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha. A vencedora do Concurso de Desenhos da IAM, Mayara Pinheiro Mendes, 11, e sua mãe, Michele Pinheiro, também participarão do encontro.

A dinâmica da Assembleia ficou dividida em quatro momentos de acordo com a metodologia da IAM: realidade missionária (ver); espiritualidade missionária (iluminar); compromisso missionário (agir); vida de grupo (celebrar).

O secretário nacional da IAM, padre André Luiz de Negreiros, explicou como serão os momentos de trabalho e discussões do encontro. “Na parte do ver discutiremos o que foi avanço, dificuldade, e quais as esperanças. No iluminar entra o momento de espiritualidade missionária que teremos durante uma manhã voltada para o carisma da IAM que é a dimensão além-fronteiras. No agir entra o momento de formação sobre a espiritualidade da ação missionária e isso nos dá uma base para agir nos encontros estaduais, diocesanos e regionais. No celebrar, por sua vez, terá espaço o planejamento da IAM para 2012”, explicou o secretário. Padre André irá falar também sobre os 170 anos de existência da IAM que será celebrado em 2013. “Ano que vem eu já quero preparar para celebrarmos o Ano da Infância e Adolescência Missionária no Brasil e o assunto já será antecipado nesta Assembleia”, confirmou.

Confraternização
O momento de diversão do encontro ficou para sábado, 10, véspera do encerramento da Assembleia. De acordo com padre André a confraternização, chamada de “Noite Brasileira”, ficou dividida por macrorregiões do país: Nordeste, Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste. Cada macrorregião irá fazer apresentações culturais e sociais.

Expectativas
A Assembleia vai ser um momento de estreitar os laços entre os coordenadores da IAM do Brasil, segundo padre André. Ele afirma também que será um momento de pensar o trabalho que está sendo desenvolvido pela Obra no país e projetar novos planos para os próximos anos. “O encontro vai ser um momento forte para reanimar as coordenações estaduais da IAM, planejar os próximos anos, avaliar a caminhada em 2011 e criar meios para que a IAM se espalhe cada vez mais de forma concreta sem perder o carisma e a metodologia. Esta é a primeira Assembleia que contamos com coordenadores estaduais presentes em todos os estados do país”, comemorou.

Outro ponto de destaque é que durante a Assembleia o secretário irá pedir aos coordenadores que a IAM, presente nas bases, celebre “Os Cantores da Estrela”. Trata-se de uma ação missionária desenvolvida pelas crianças com o objetivo de levar a evangelização às casas das famílias. As crianças são caracterizadas com os personagens bíblicos do Natal: os três reis magos, uma estrela, Maria e José e os anjos. “É um momento missionário das crianças evangelizarem de casa em casa tocando um sino. Elas devem levar a imagem do menino Jesus, desejar Feliz Natal e ainda pedir ajuda através dos cofrinhos missionários para as crianças carentes em todo o mundo que não podem celebram o Natal”.

FONTE: POM

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011