quarta-feira, 15 de junho de 2011

AMÉRICA/PANAMÁ - O trabalho infantil é uma "distorção social" - denuncia o Arcebispo de Panamá


Cidade do Panamá (Agência Fides) - No contexto das celebrações do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, domingo, 12 de junho, o Arcebispo de Panamá, Dom José Domingo Ulloa Mendieta, OSA, criticou os altos níveis de corrupção em que vive a nação centro-americana e convidou o governo de Ricardo Martinelli a erradicar o trabalho infantil, porque é uma "distorção social" que atinge milhares de crianças. "Existiu e existirá a corrupção até que existam cúmplices, e nós somos cúmplices pois a consideramos algo natural, um tipo de esperteza e nada mais" - disse o Arcebispo na homilia da Missa de domingo, 12 de junho, na Cidade de Panamá.
Dom Ulloa lamentou que no Panamá, 60.700 crianças e adolescentes trabalham como adultos e são explorados sem que o Estado lhes garanta algum direito ou proveja à sua instrução: "elas têm o direito de gozar de sua infância e de se formarem; é preciso dar-lhes esta possibilidade. É a hora que os pais, o Estado e as organizações da sociedade civil encontrem um acordo para eliminar esta distorção social em nosso país" - prosseguiu Dom Ulloa.

Segundo os dados publicados pela imprensa local, a Secretaria Nacional para Crianças, Jovens e Família do Panamá indica oficialmente que 60.702 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham em áreas rurais e urbanas do país sem algum tipo de proteção, o que, como denuncia Dom Ulloa, lesa seus direitos fundamentais. O Arcebispo ainda exortou as autoridades panamenses a indagar "profundamente" sobre os escândalos que envolveram inclusive o governo nos últimos meses. Tais escândalos, denunciados pelos partidos da oposição e por organizações civis, envolvem funcionários do governo em tráficos de droga e de seres humanos. (CE) (Agência Fides, 14/06/2011)

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