"Para que o Senhor apóie os esforços dos profissionais de saúde nas regiões mais pobres na assistência aos doentes e idosos".
"Eu estava doente e me visitaste" (Mt 25, 36). Estas palavras do Senhor levaram os fiéis a terem uma sensibilidade particular para com aqueles que sofrem por causa de doenças ou velhice, reconhecendo neles a presença viva de Cristo. Se nos países pobres, a vida é difícil para todos, é muito mais para aqueles que sofrem a dor física ou o abandono na velhice.
Provavelmente ainda mais dolorosa do que a dor física é a dor moral por causa do abandono que vivem muitos de nossos irmãos. Quem nunca se sentiu tocado em seu coração vendo em algumas reportagens sobre o trabalho missionário, as religiosas recolherem seres humanos que dormem pelas ruas e são devorados pela miséria? Não são eles e muitos outros como eles, um testemunho vivo de Cristo, o Bom Samaritano?
Corremos o perigo de ser contagiados pelo individualismo egoísta que prevalece em toda a nossa sociedade. Cada um tende a pensar só em si mesmo, alegando que o sofrimento dos outros não é seu problema. Segundo Bento XVI, a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e o sofredor, e "isso vale para cada pessoa e para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a com-paixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana" (Spe salvi, 38).
De alguma forma, as pessoas que se dedicam à tarefa bonita e difícil de cuidar dos doentes e idosos são uma espécie de encarnação de Cristo misericordioso e compassivo. Elas estendem no mundo Sua ternura para com os sofredores. Em muitas passagens dos Evangelhos, vemos que o Senhor teve profundamente compaixão diante da dor dos outros, do sofrimento físico ou mental. Mas, mais ainda, Cristo tomou sobre seus ombros a dor e as feridas físicas e morais do ser humano, de cada ser humano, e as levou com Ele na cruz. Como afirma São Pedro: "Pelas suas chagas fostes curados" (1Pd 2, 24). Deus manifesta sua grandeza porque se inclina até tomar sobre si a dor e o sofrimento dos homens. Nas palavras do Papa: "Somente um Deus que nos ama até tomar sobre si as nossas feridas e a nossa dor, sobretudo a inocente, é digno de fé" (Mensagem Urbi et Orbi, Páscoa de 2007).
Aqueles que sabem carregar sobre seus ombros a dor dos doentes e dos abandonados, se tornam presença viva de Cristo, testemunhas de seu amor pelos homens. E junto com o testemunho do serviço da caridade, os missionários devem desempenhar um serviço ainda maior: ajudar os que sofrem a encontrar o significado e o porque de sua dor. O Papa disse aos jovens que vivem a experiência da doença: "muitas vezes a Cruz nos assusta, pois parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário! Ela é o 'sim' de Deus ao homem, a expressão máxima de seu amor e a fonte da qual brota a vida eterna. Na verdade, do coração aberto de Jesus na cruz flui esta vida divina, sempre disponível para aquele que aceita elevar os olhos para o Crucificado" (Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude 2011, nº 3).
Maria é a Mãe do Crucificado, que estava com esperança e força na fé, aos pés da cruz do Filho. Ela está sempre ao lado da cruz e da dor de todos os seus filhos, exercendo a nova missão materna recebida no Calvário. Como Mãe da Esperança nos ensina a transformar a dor em alegria sem fim, a partir do momento em que os sofrimentos do tempo presente não são nada comparados com a glória que um dia será revelada.
Agência Fides - 30/01/2012
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