O saudoso Papa João Paulo II, em sua bela encíclica Redemptoris Missio, nos fala que hoje já não se convém mais falar em “terra de missão”, mas em “situações de missão”, visto que, frequentemente, em um mesmo território, convivem simultaneamente três diferentes situações: a primeira delas é aquela daqueles que ainda não conhecem Jesus como Filho de Deus que veio ao mundo para nos salvar (a esta chamamos "ad gentes”); em seguida temos a dos católicos praticantes, que estão sempre em nossas igrejas (a esta situação chamamos “pastoral”); e, finalmente, temos uma situação intermédia, que é daqueles cristão adormecidos, que,embora batizados, não vivem sua fé ou não se identificam mais com Cristo e sua Igreja (a esta situação chamamos “nova evangelização).
Como disse o Papa, três situações distintas mas as vezes coexistentes em um mesmo território e que pedem ações diferentes da Igreja. Das três situações prevalece no mundo a situação ad gentes (no Brasil prevalece a situação da nova evangelização). Ainda são bilhões (83% da população mundial) aqueles que ainda não conhecem Jesus como Ele realmente o é. Alguns deste até já ouviram falar em Jesus como um personagem histórico, que dividiu o calendário em aC e dC mas apenas isto. Outros (tal é o caso dos dois bilhões de mulçumanos) conhecem Jesus como um grande profeta, mas menor que o profeta Maomé. Mas ainda há aqueles que nem sequer ouviram pronunciar o nome de Jesus. Pode parecer incrível com os meios de comunicação que hoje temos,mas tal fato é real. Jesus ainda éum ilustre desconhecido para milhões de seres humanos.
Daí que João Paulo II insistia que as maiores e melhores forças da Igreja deveriam voltar-se para a missão ad gentes, o que, na prática, ainda não acontece.
Proporcionalmente, se 83% da população mundial ainda é composta de pagãos, 83% de todas as forças vivas da Igreja deveriam orientar-se em tal direção, não é mesmo? Mas não é o que acontece. A missão ad gentes ainda continua sendo um desafio, dentro e fora de nossas fronteiras.
Uma subdivisão que comumente também se faz quando se fala da missão ad gentes é “ad intra” (dentro do próprio território em que se vive) e “ad extra” (em outros países, os antigamente chamados “terra de missão”). Em ambos os casos é um desafio.
Porém, a missão ad gentes ad extra é ainda mais desafiadora, pois o missionário deve adaptar-se a uma nova cultura, um novo modo de pensar, de falar e de agir e ali anunciar que “Deus amou tanto o mundo que lhe enviou seu Filho único, para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16).
Como tal aspecto da dimensão missionária da Igreja exige uma especial vocação, peçamos a Deus que faça brotar entre nós muitas vocações para a missão ad gentes ad extra e, ao mesmo tempo, que o Senhor nos faça compreender e aceitar tal vocação como enriquece também a Igreja local, para que assim possamos entregar com gosto tais vocações ao serviço que o Senhor quer necessitar.
Fica a dica também de implantarmos e incentivarmos a Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (DAp 441) que trabalha com os “pequenos-grandes missionários” a dimensão missionária e as crianças e adolescentes que são o futuro da Igreja já vivenciam o presente por meio de seu testemunho fiel e cativador.
“De todas as crianças e adolescentes do mundo, sempre amigos”!
Pe. André Luiz de Negreiros
Secretário Nacional da Pontifícia Obra da IAM
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