A cidade de Palmas (TO) se prepara para receber, em julho, cerca de 600 pessoas de todas as regiões do país na 3ª edição do Congresso Missionário Nacional. O evento, que será realizado de 12 a 15 de julho, terá como tema “Discipulado missionário do Brasil para um mundo secularizado e pluricultural, à luz do Vaticano II”. A atuação missionária deve estar em pauta na Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nesta terça-feira, 24.
“Nessa sociedade secularizada em que nós vivemos, o mundo mudou muito e não se pauta mais com os valores do Evangelho, isso mesmo nos países que já foram há muito tempo evangelizados. A reflexão primeira é nessa linha: vermos como que um discípulo missionário vai viver, vai anunciar nesse mundo tão secularizado, tão pluricultural”, explicou.
Ação missionária no Brasil
Dom Sérgio, que está participando da 50ª Assembleia Geral da CNBB, informou que, no Brasil, a área mais carente de ação missionária é a Amazônia, existindo também uma grande carência no Nordeste e Oeste do país. De acordo com o bispo, são regiões que sofrem com a falta de sacerdotes, leigos missionários e religiosos, tendo que enfrentar também as dificuldades de locomoção.
“O deslocamento da maioria é apenas por rio, então todas essas dificuldades fazem com que muitas comunidades permaneçam longamente sem a eucaristia, sem a presença do sacerdote e também sem a evangelização”, ressaltou.
E não só a Igreja está envolvida nessa missão. Além de leigos que podem desempenhar o trabalho missionário, Dom Sérgio ressaltou a importância dos meios de comunicação atuarem com a informação missionária, o que também contribui com o processo de formação. Ele citou algumas formas de contribuição desses meios para a atuação missionária.
“Divulgando as notícias sobre como a Igreja no mundo inteiro está evangelizando, trazer, talvez, clipes sobre o trabalho missionário de brasileiros e brasileiras no exterior ou então em regiões no Brasil. Isso poderá ajudar porque na informação vem também a formação do nosso povo. Esse é o grande papel em que os meios de comunicação poderão ajudar”.
Sobre os desafios a serem vencidos, o bispo destacou que é muito amplo o campo da missão. Segundo ele, existe a questão da formação do povo numa consciência missionária e dos futuros padres numa óptica missionária para que tenham uma abertura para partir em missão. “Temos também os desafios logísticos, práticos, de ajudar a manter os missionários no exterior”, acrescentou.
Tema na Assembleia da CNBB
De acordo com Dom Sérgio, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) possui 12 comissões principais. Entre elas, está a Comissão de Ação Missionária e Cooperação Inter-eclesial, que ainda terá seu espaço na 50ª Assembleia da CNBB que está sendo realizada em Aparecida (SP). “Provavelmente, terça-feira, vai ter o seu espaço para apresentar o seu programa quadrienal, todas as metas que nós temos”, informou.
Indo além da abordagem do tema em comissões específicas, o bispo ressaltou o caráter universal da atuação missionária. “O tema missão está continuamente presente, porque ele perpassa toda a ação evangelizadora da Igreja. Não é uma gaveta, é algo que deve cada vez mais estar presente em todas as outras atividades da CNBB e da Igreja no Brasil”, salientou.
Concílio Vaticano II
O Congresso Missionário deste ano será realizado à luz do Vaticano II. O diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Camilo Pauletti, que também participa da 50ª Assembleia Geral da CNBB, informou que o Concílio Vaticano II deu uma abertura muito grande para a questão missionária.
“Tem lá dentro um documento que se chama ad gentes que é para isso. A partir do Concílio, a Igreja se abriu muito. Tem um valor para os nosso dias, uma importância muito grande. Por isso que nós dizemos que o Concílio Vaticano II, apesar de ter começado há 50 anos, é muito atual, tem muita força, tem essa linha missionária muito forte”
Padre Camilo também salientou a necessidade de se preparar vocações e a consciência missionária para que se possa ir além e celebrar o que se tem. “Nós temos não muito, mas temos coisas boas nessa linha ad gentes, além fronteiras, os testemunhos missionários que vão ser dados no Congresso é no sentido de fazerem perceber que temos alguma coisa e precisamos caminhar muito mais”, destacou.
FONTE: Canção Nova
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