terça-feira, 15 de março de 2011

A vida pele Reino

"Nosso mundo continua marcado pela violência,
especialmente contra os discípulos de Cristo"
(Papa Bento XVI, 26/12/2010)


A Fides, agência de notícias da Congregação para a Evangelização dos Povos, à qual pertencem as Pontifícias Obras Missionárias, publica anualmente a lista dos agentes de pastoral que perderam a vida de modo violento. Em 2010, foram assassinados 23 agentes: 1 bispo, 15 padres, 1 irmão, 1 freira, 2 seminaristas e 3 leigos. Analisando a lista por continente, consta em primeiro lugar a América, banhada pelo sangue de 15 agentes de pastoral; seguida pela Ásia, com 6 mortes; e depois pela África, onde um sacerdote e um seminarista perderam a vida de modo violento. A conta da Fides não inclui apenas os missionários "ad gentes" em sentido estrito, mas todos os agentes de pastoral mortos violentamente.
As escassas notas biográficas sobre esses irmãos e irmãs assassinados demonstram-nos que ofereceram suas vidas quase sempre no silêncio e na humildade do trabalho cotidiano, "por amor a Cristo e à Igreja, e, por conseguinte, ao mundo". Alguns foram vítimas da violência que eles mesmos combatiam ou da disponibilidade em ajudar o próximo em humildes tarefas cotidianas, colocando a própria segurança em segundo plano. Outros foram eliminados apenas porque, em nome de Cristo, contrastavam o ódio com o amor, o desespero com a esperança, o confronto violento com o diálogo, os abusos com o direito.
"Nosso mundo continua marcado pela violência, especialmente contra os discípulos de Cristo" – disse o Papa Bento XVI (Ângelus de 26/12/2010), recordando que "a terra se manchou de sangue" em várias partes do mundo, atingindo até mesmo comunidades católicas reunidas em oração em locais de culto. A esta lista provisória, preparada anualmente pela Agência Fides, devem ser acrescentados os nomes daqueles de que jamais teremos notícia que, em cada canto do planeta, sofrem e pagam com suas vidas sua fé em Cristo. Eles são "uma nuvem de soldados desconhecidos da grande causa de Deus" – segundo a expressão do Papa João Paulo II – a quem olhamos com gratidão e veneração, mesmo sem conhecer seus rostos, sem os quais a Igreja e o mundo seriam imensamente mais pobres.
No Brasil, perderam a vida Pe. Dejair Gonçalves de Almeida e o leigo Epaminondas Marques da Silva, de Volta Redonda, RJ, agredidos na casa paroquial por bandidos em busca de dinheiro; Pe. Rubens Almeida Gonçalves, de Campos Belos, GO, assassinado no escritório paroquial; o seminarista Mario Dayvit Pinheiro Reis, de São Luís, MA, assassinado por ladrões que queriam seu carro; e Pe. Bernardo Muniz Rabelo Amaral, de Humberto de Campos, MA, morto por um homem ao qual havia oferecido carona.
Dados, comentários e aprofundamentos sobre os agentes de pastoral mortos nos últimos anos podem ser encontrados no site da agência: www.fides.org.

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