sábado, 20 de agosto de 2011

Missão na Ecologia: ação impede construção de hidrelétricas


O Conselho Missionário Diocesano (Comidi) de Ourinhos fez um gesto concreto à temática da Campanha Missionária deste ano, “Missão na Ecologia”. Uma parceria com a ONG Rio Pardo Vivo, conseguiu impedir a construção de nove pequenas centrais hidrelétricas prevista para o trecho do Rio Pardo que banha o município de Santa Cruz do Rio Pardo. A publicação da Lei Municipal n°2.526, de 29 de julho de 2011, marca essa conquista ao declarar o trecho do rio que banha o território municipal como patrimônio cultural, paisagístico, ecológico e turístico do Município.

Para conseguir a vitória, a comunidade local se mobilizou para preservar o seu curso d água livre de barragens, inclusive com a participação ativa do padre Giovanni, que agora comemora o resultado. “A ONG Rio Pardo Vivo liderou uma maravilhosa obra de sensibilização envolvendo o setor de educação municipal, as comunidades religiosas, os comerciantes e ruralistas locais, assim como grupos de ecologistas e cientistas. O sancionamento e publicação da Lei revela a força desse trabalho feito em conjunto”, declarou o padre.

Além da preservação, as comunidades da bacia do Pardo pretendem valorizar o rio através de atividades de lazer e culturais. Uma das ideias é organizar um circuito turístico no local que pode resultar em mais renda do que a pouca energia prevista pelas hidrelétricas. Outra motivação da campanha foi propor uma alternativa energética que a região já tem (a biomassa) e promover outras fontes que não destruam ou cimentem o patrimônio natural existente. Além de evitar a expropriação dos mais de 150 proprietários das terras no entorno do rio.

Para o padre Giovanni, a vitória em Santa Cruz representa um exemplo para outros municípios brasileiros. “Essa experiência pode ser repetida por outras cidades que sofrem o assédio de construtoras para instalar barragens em seus cursos d água, seja dentro do estado de São Paulo, seja em outros locais. Talvez a maioria dos municípios atingidos fique calada pelo jeito como os projetos são apresentados, sem dar tempo e oportunidade para discutir e organizar mobilizações. A luta ao redor de Belo Monte e do Código Florestal calaram a voz do povo, convencido de que não adianta protestar contra o que o Governo planejou dentro dos Planos de Aceleração do Crescimento [PACs]. Mas nós mostramos que é possível e não se deve desistir!”, concluiu.

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